Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DA REABILITAÇAO PULMONAR EM PORTADOR DE MIELOMENINGOCELE E ESCOLIOSE TORACOLOMBAR

Descrição do caso

Introdução: A mecânica ventilatória normal depende da complacência da caixa torácica e de sua excursão livre durante todo o ciclo respiratório. A distorção da caixa torácica associada à deformidade vertebral contribui para a mecânica ventilatória alterada e para diminuição da capacidade dos portadores de escoliose em realizar atividades físicas.

Objetivo: Relatar o caso de uma jovem, portadora de escoliose toracolombar, (ainda sem acompanhamento ortopédico) que foi submetida a um programa de reabilitação pulmonar no cenário pré-operatório para tratamento cirúrgico urológico.

Relato de caso. Sexo feminino, 16 anos, apresenta escoliose toracolombar desde o nascimento, pé torto congênito e deambula com auxílio de órteses em MMII. Apresenta dispneia, ao caminhar pequenas distâncias (MRC 3), de longa data. Não apresenta outros sintomas respiratórios, no entanto, refere episódios de palpitações no esforço, com melhora ao repouso, sem dor torácica ou síncope associadas. Atualmente, a escoliose toracolombar apresenta grau de desvio importante, associada a um distúrbio ventilatório restritivo leve e com sinais de dispneia aos esforços.
Ao exame físico: PA 110/70 mmHg, FC 69 bpm, SpO2 97% ar ambiente, f 20 ipm, IMC = 20.6 kg/m²; espirometria: CVF = 63% prev; VEF1 = 66% prev; VEF1/CVF = 0,95; PImáx = 24,5% prev; PEmáx = 47% prev; PFE = 25% prev; PFT = 41% prev; TD2’ = 16 degraus com SpO2 96% e BORG 3\3; 1 RM MMSS (flexores) = 2Kg e MMII (extensores) = 4 kg.
Protocolo de reabilitação: Foram realizadas 14 sessões de fisioterapia constando de VMNI em modo BIPAP PI= 12; PEEP=10 por 30 minutos; exercícios diários com e técnica de empilhamento de ar com AMBU; treinamento muscular respiratório com power breath carga linear de 35% a 55% da Pimáx; 3xs/semana caminhada (20 min com FC submáxima de 45% a 55% e Borg máximo de 5); fortalecimento MMSS e MMII 2xs/semana (carga de 20% de 1 RM).
Houve melhora de todos os parâmetros analisados: PImáx= 70% prev; PEmáx = 60% prev; PFE= 97% (p=0,04); PFT= 111%; TD2’= 26 degraus e SpO296%, BORG 2; Teste 1RM MMSS = 3 Kg e MMII = 5 Kg.
Discussão: O protocolo instituído no caso relatado foi eficaz para a melhora da força muscular respiratória e periférica, do PFE, do PFT e assim como da tolerância ao esforço. A literatura não é conclusiva sobre protocolos voltados á reabilitação respiratória em pacientes com escoliose. No entanto, a fraqueza muscular e as alterações estruturais como a escoliose toracolombar, pioram progressivamente as condições ventilatórias, justificando a intervenção fisioterapêutica.

Área

Reabilitação e Fisioterapia respiratória

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

MATHEUS GUEDES FERNANDES, Renata Jesus Teodoro, GIOVANNA carvalho, LUCIANA dias Chiavegato, Sonia Maria Faresin