Dados do Trabalho


Título

IMPACTO EM MORTALIDADE E HOSPITALIZAÇAO DE PACIENTES COM DPOC APOS ADESAO AO PCDT FEDERAL NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Introdução

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença crônica com grandes impactos sociais e econômicos, sendo a terceira principal causa de morte no mundo1-3.
No Brasil, apenas 12,5% dos pacientes são diagnosticados4 e, destes, apenas 16,7% seguem com tratamento adequado4. Conhecendo o atual cenário brasileiro de DPOC, é fundamental entender quais são as dificuldades de acesso da população aos cuidados necessários e analisar os resultados de ações de políticas públicas que melhorem esses dados. Essa abordagem é essencial para minimizar o impacto da DPOC em nosso país1.

Objetivos

O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da incorporação de um protocolo clínico federal para o tratamento da DPOC (PCDT-DPOC) no estado do Rio Grande do Sul, onde não houve nenhum protocolo instituído até a atualização de 2021 da PCDT.

Métodos

Um levantamento do número de hospitalizações e mortalidade foi realizado entre março de 2022 e março de 2023, por meio do acesso aos dados do DATASUS (departamento de TI do Sistema Único de Saúde (SUS)).

Resultados

O estado do Rio Grande do Sul tem uma alta densidade populacional e estima-se que existam cerca de 740 mil pacientes com DPOC. Antes da publicação da PCDT Federal da DPOC, o estado não tinha nenhum protocolo de tratamento estadual para esses pacientes. Mas foi um dos primeiros a implementar a dispensa de tratamento. Após a publicação da portaria federal em novembro de 2021, o estado do Rio Grande do Sul iniciou a implementação do PCDT em nível estadual já em fevereiro de 2022. Após a implementação, a distribuição do principal tratamento da DPOC com LAMA (antimuscarínicos de ação prolongada) e LABA (beta2 agonistas de ação prolongada) começou a ocorrer, e cerca de 70% da dispensação desta classe de medicamentos foram representados por tiotropium+olodaterol no dispositivo Respimat®5.
Avaliando essas variáveis, pode-se observar que o número de hospitalizações de todas as causas relacionadas à DPOC tem mostrado uma tendência decrescente consecutiva em cada mês, com 5.411 hospitalizações em maio de 2022, atingindo 1.348 hospitalizações em março de 2023.
. Isso representa uma redução de 75% no número total de admissões, no último ano, após a implantação do PCDT5 Federal. Do mesmo modo, a taxa de mortalidade por todas as causas em doentes com DPOC foi de 11 % em março de 2022 e, no último ano, após a aplicação do protocolo, caiu para 9,8 % em março de 2023, o que representa uma redução relativa de 11 % na taxa de mortalidade no período comparado5.

Conclusões

Os dados coletados mostram a importância de garantir o acesso a tratamentos de ponta para pacientes com DPOC. Eles também revelam que as políticas públicas associadas à garantia de tratamento adequado, como no caso de 70% dos pacientes com indicação LAMA/LABA recebendo tiotropio+olodaterol, são capazes de impactar positivamente e melhorar os resultados na DPOC, na gestão da saúde pública.

Área

DPOC

Instituições

Boehringer Ingelheim - São Paulo - Brasil

Autores

ADALBERTO RUBIN, JULIA REZENDE DUEK AYUSSO, CARLA RIOS DA CRUZ, HENRIQUE OLIVEIRA SILVA