Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DO PROGRAMA DE FISIOTERAPIA PULMONAR EM PACIENTES COM DPOC INSCRITOS NO PROGRAMA DE SUPORTE AO PACIENTE

Introdução

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) representa um importante desafio de saúde tanto no sistema público como privado. O conceito de que a doença necessita medidas além do tratamento farmacológico já está bem estabelecido no meio clínico e acadêmico, além da necessidade de um acompanhamento multidisciplinar. Além disso o impacto comportamental dos pacientes, como a adesão e técnica inalatória, podem ter efeito direto nos desfechos clínicos relacionados ao tratamento. Pouco se sabe sobre o impacto desse tipo de programa em parâmetros clínicos ou no comportamento de pacientes submetidos a programas de suporte ao paciente (PSP) em indivíduos com DPOC.

Objetivos

Mensurar o impacto de um programa de fisioterapia pulmonar na adesão ao tratamento e na melhora de sintomas relacionados a DPOC pelos pacientes.

Métodos

O estudo avaliou os dados retrospectivos obtidos dos registros dos pacientes inscritos no programa de fisioterapia respiratória oferecido pelo PSP da Chiesi Farmacêutica Ltda (Brasil). O programa é desenvolvido virtualmente, por um fisioterapeuta respiratório, que avalia a qualidade de vida do paciente a partir de questionário de saúde e realiza os exercícios respiratórios de forma assistida (2 visitas – intervalo de 15 dias). Os dados analisados foram referentes ao período de janeiro de 2020 a maio de 2023.

Resultados

Durante o período de avaliação 337.150 pacientes com doenças respiratórias se inscreveram no PSP, desses 419 pacientes se inscreveram no programa de fisioterapia, sendo 24% pacientes com DPOC, 17% com asma e 59% com outras doenças respiratórias. Desse total, apenas 49% completaram as duas visitas à fisioterapia. Dentre os pacientes com DPOC, 62% completaram as 2 visitas, sendo a média de idade de 68 anos e 59% eram do sexo feminino. As análises revelaram também que, considerando uma escala de 0 a 10, 64% dos pacientes relataram escore 10 quanto a habilidade de conseguir usar seus dispositivos inalatórios e 67% referiram um escore 8, 9 ou 10 ao avaliar a contribuição dos exercícios para a melhora em suas condições. Também foi observado que pacientes com doenças respiratórias que realizaram a fisioterapia pulmonar permaneceram 81% mais tempo em tratamento em relação aos pacientes que não realizaram fisioterapia pulmonar. Considerando os parâmetros relacionados à qualidade de vida e a sintomas, os pacientes com DPOC apresentaram uma melhora no score médio, passando de 23 para 20 pontos após a fisioterapia, demonstrando um menor impacto da doença em suas vidas.

Conclusões

Podemos concluir que o programa de fisioterapia pulmonar impacta na melhora da qualidade de vida do paciente e contribui para melhor adesão ao uso da medicação, sinalizando a importância destes programas multidisciplinares para pacientes com DPOC. Contudo, mais estudos aprofundados ainda são necessários para entender o total impacto do PSP na vida do paciente.

Área

Reabilitação e Fisioterapia respiratória

Instituições

Chiesi Farmacêutica - São Paulo - Brasil

Autores

ISMAEL PRETTO SAUTER, GABRIELA MARTINS LABUSSIERE, TADEU BATISTA DALLA DEA, MARCIO FERREIRA PENHA