Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA E DE ENDURANCE DA MUSCULATURA RESPIRATORIA DURANTE PROGRAMA DE TELERREABILITAÇAO PULMONAR EM PACIENTES POS-COVID-19.

Introdução

A avaliação e o treinamento de força e endurance dos músculos respiratórios são fatores determinantes para a evolução clínica e funcional durante a telerreabilitação pulmonar

Objetivos

Descrever o modelo de avaliação e de treinamento muscular respiratório, e comparar as pressões respiratórias máximas (PImáx e PEmáx) antes e após um programa de telerreabiltação pulmonar (PTRP) oferecido em duas modalidades: supervisão híbrida-GRP versus supervisão remota-GRR, em pacientes pós-COVID-19

Métodos

Estudo clínico, intervencionista, prospectivo e randomizado com pacientes que estiveram hospitalizados por pneumonia por COVID-19. Após a alta hospitalar os pacientes eram avaliados para identificação de necessidade de reabilitação funcional. Se preenchessem critérios de inclusão (distância < 400m no TC6, presença de hipoxemia ao exercício), os pacientes eram avaliados (PImáx e da endurance) e orientados quanto à telerreabiltação: receberam uma cartilha impressa, um kit contendo equipamento Powerbreathe® plus medic, oxímetro, e acesso ao aplicativo “Monitora-PTRP”. PImáx e endurance foram avaliados com o PowerbreatheⓇ KH2, usado na avaliação e na definição de carga: para treino de força foi utilizado 50% da PImáx; e de endurance foi utilizado 80% da carga submáxima (SMIP) realizada por meio do teste incremental. A PEmáx foi avaliada por meio do manovacuômetro digital MVD-300 GlobalmedⓇ. O PTRP durou 12 semanas, três vezes na semana, com reavaliações remotas ou presenciais. A cada 3 semanas houve aumento da carga para treinamento de força, e para o endurance houve acréscimo sequencial de tempo, e de exercícios de MMII.

Resultados

De 240 pacientes avaliados, 107 foram convidados, e 50 participaram do PTRP, 28 para o GR-R, e 22 para o GR-P. Treze pacientes do GR-R e 17 do GR-P finalizaram o PTRP, com média de idade de 47 e 55 anos, respectivamente, e predominância do sexo feminino (46 e 53%, respectivamente). Avaliação inicial: GR-R (97,2 ±37,5 cmH20) e GR-P (65,7 ±36,9), p=0,03. Houve aumento significativo na reavaliação, (p<0,001), porém sem diferença entre os grupos GR-R (117,5±36,1 cmH20), GR-P (80,7 ±33,3 cmH20), p=0,97. Após o PTRP, PEmáx aumentou nos dois grupos (p=0,001): GR-R de 121,2±4,1 para 149,4±48,2 cmH20, GR-P de 100,7 ±46,3 para 119±46,3cmH20; não houve diferença entre os grupos (p=0,09). Houve aumento da carga de treinamento da endurance entre os grupos (p=0,60), sem que houvesse aumento do tempo máximo do teste incremental (p=0,27).

Conclusões

Após o PTRP, independente da modalidade de supervisão, houve melhora na PImáx e PEmáx. O equipamento PowerbreatheⓇ KH2 foi útil e aplicável na avaliação e treinamento individualizado de força e endurance muscular respiratória em programas de telerreabilitação a distância.

Área

Reabilitação e Fisioterapia respiratória

Instituições

HC Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

LÍGIA SANTOS ROCETO RATTI, BRUNA SCHARLACK VIAN, LAIS BACCHIN DE OLIVEIRA, ANA LUCIA CAVALLARO BARAUNA LIMA, MONICA CORSO PEREIRA, LUARA INOCÊNCIO PEREIRA SILVA