Dados do Trabalho


Título

PAPEL DO INDICE DE RISCO CARDIACO REVISADO NA AVALIAÇAO PRE-OPERATORIA DE CANDIDATOS A RESSECÇAO PULMONAR PARA TRATAMENTO CIRURGICO DO CANCER DE PULMAO

Descrição do caso

Introdução: Faz parte da avaliação pré-operatória de candidatos a ressecção pulmonar para tratamento cirúrgico do câncer de pulmão aplicar o índice de risco cardíaco revisado (ThRCRI), uma ferramenta de triagem para selecionar pacientes que necessitem ser encaminhados para avaliação cardiológica especializada. De acordo com o escore obtido, os pacientes podem ser agrupados em quatro diferentes classes de risco e quanto maior o escore maior o risco de ocorrência de eventos cardíacos desfavoráveis capazes de impactar nas taxas de mortalidade pós-operatória.

Objetivo: Relatar o caso de um paciente idoso cujo teste de exercício cardiopulmonar máximo (TECPmáx) identificou limitações cardiocirculatórias a despeito da classificação de baixo risco obtida no ThRCRI.

Relato de caso. Masculino, 79 anos, portador de HAS, DM não insulinodependente, DPOC GOLD 1A, ex-tabagista há 20 anos com carga tabagística 30 anos.maço. Refere dispneia aos médios esforços (mMRC1) e tosse produtiva com expectoração clara há vários anos. Realizou TC de tórax para rastreio de neoplasia pulmonar sendo visualizado nódulo interfissural a direita medindo 1,5 x 1,0 cm. Material obtido por biópsia transtorácica não foi conclusivo. Em virtude da forte suspeita de malignidade, o paciente foi encaminhado para avaliação pré-operatória de operabilidade, com a proposta de ressecção do lobo inferior direito e lobo médio. Aplicado o ThRCRI obteve-se pontuação igual a zero que significa baixo risco para ocorrência de complicações cardíacas no pós-operatório. A seguir, calculou-se o VEF1 ppo e o DLCO ppo, 54% e 58% do previsto, respectivamente. Valores abaixo de 60% indicam a necessidade de realizar o TECPmáx, que evidenciou os seguintes resultados: VO2 máx = 16,6 ml/Kg/min; ∆V’E/∆V’CO2 PCR = 51; presença de sinais de limitação cardiocirculatória central caracterizado por taquicardia reflexa no período de recuperação; relação VO2/carga reduzida e desaceleração após ponto de compensação respiratório associado a resposta isquêmica eletrocardiográfica. Dessa forma, paciente foi encaminhado para avaliação cardiológica especializada antes da ressecção pulmonar.

Conclusão: Embora o ThRCRI venha sendo recomendado por diretrizes internacionais como uma ferramenta de fácil aplicação e com capacidade de identificar candidatos a ressecção pulmonar que devam ser encaminhados para avaliação cardiológica especializada, convêm lembrar que a maioria dos pacientes portadores de câncer de pulmão são pneumopatas e apresentam outras comorbidades que podem dificultar a ocorrência de sintomas cardíacos que certamente indicariam avaliação especializada.

Área

Cirurgia Torácica

Instituições

UNIFESP / EPM - São Paulo - Brasil

Autores

SARA RAMILO TENCARTE, AMANDA PORTELA SILVA, ISABELLA METRAN DOURADO, DANIELLE CRISTINE CAMPOS BEDIN, LIANA PINHEIRO, SONIA MARIA FARESIN