Dados do Trabalho

Título

EXPERIENCIA DE GRADUANDOS EM MEDICINA E ENFERMAGEM NA PRATICA DE EDUCAÇAO EM SAUDE EM TABAGISMO PARA ESTUDANTES DO ENSINO PUBLICO DE CAMPINAS, SAO PAULO

Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que o tabagismo seja responsável pela morte de 8 milhões de pessoas por ano. Apesar da melhora do cenário epidemiológico brasileiro associado a essa prática, o advento dos dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs) entre crianças, adolescentes e jovens adultos é preocupante e levanta a questão da necessidade de aumentar o letramento em saúde sobre o tabagismo nessa população.

Objetivos

Relatar a avaliação de graduandos em Medicina e em Enfermagem na prática de uma estratégia de educação em saúde em tabagismo para estudantes do ensino público de Campinas - SP.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo baseado nas experiências dos graduandos em atividades de educação em saúde que tiveram como público-alvo indivíduos matriculados no ensino fundamental 2 (EF-2), ensino médio (EM) e ensino para jovens e adultos (EJA) da rede pública de Campinas - SP. A conexão com as escolas foi intermediada por um agente da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas (Gomes, R.S.). Foram realizadas três intervenções com turmas distintas entre novembro e dezembro de 2022, havendo uma abordagem total de cerca de 100 alunos. A equipe de graduandos se revezou em duplas para atuarem como responsáveis por cada intervenção, que tiveram duração média de 90 minutos e incluíram uma apresentação teórica a respeito do tabagismo e uma dinâmica que visava simular a dificuldade respiratória de um fumante nos escolares por meio da prática de uma atividade física de alta intensidade. Foi realizada uma adaptação desta última dinâmica para alunos que, por motivos de saúde, estavam inaptos a praticá-la.

Resultados

Durante a apresentação teórica, a maior parte das dúvidas surgiu por parte dos alunos do EF-2, principalmente no que tange aos efeitos do tabaco na aparência física e nas características sexuais secundárias, além de muitos questionamentos terem levantado a comparação entre os efeitos do tabaco e os da maconha. Com a exposição dos malefícios dos DEFs, houve expressão de surpresa pelo público, sobretudo ao descobrirem que usuários desses dispositivos são considerados fumantes. Os estudantes do EM e do EJA interagiram menos com os intervencionistas e apresentaram menor interesse na realização da atividade prática. Essa última faixa de alunos também questionou sobre a possibilidade de redução de danos no tabagismo. Uma aluna do EJA relatou oralmente que era tabagista mas que, após a intervenção, gostaria de parar de fumar.

Conclusões

Observamos que esta estratégia de abordagem sobre o tabagismo foi mais dinâmica quando realizada com alunos do EF-2, possivelmente devido ao fato de que esses indivíduos, dada sua idade, ainda não experimentaram o tabaco. É possível perceber a necessidade de uma maior disseminação de informações a respeito dos DEFs na comunidade, sobretudo entre a faixa etária abordada, considerando o desconhecimento por parte dos alunos sobre o assunto e a susceptibilidade dessa população à experimentação dos produtos derivados do tabaco.

Área

Tabagismo