Dados do Trabalho


Título

PROGRAMA INSPIRE: TABAGISMO, NOVOS DIAGNOSTICOS E SAUDE RESPIRATORIA EM UMA POPULAÇAO DO INTERIOR DO ESTADO DE SAO PAULO. UMA ANALISE SOB ENFOQUE SOCIAL E DEMOGRAFICO.

Introdução

A disparidade no consumo de tabaco é notável entre diferentes classes sociais, com maior influência nas camadas menos privilegiadas. Assim, as lacunas existentes na compreensão do tabagismo em grupos diversos comprometem a avaliação dos efeitos do tabaco na saúde respiratória, o que pode resultar em impactos variados nos serviços de saúde e aumentar os índices de doenças e mortes nessas populações.

Objetivos

Analisar o perfil demográfico, de tabagismo e a identificação de novos diagnósticos de doenças pulmonares de indivíduos com sintomas respiratórios.

Métodos

Foram incluídos os sujeitos participantes do “Programa Inspire, saúde respiratória”, isto é, moradores da região de Botucatu–SP considerados territorialmente de maior vulnerabilidade social, com sintomas respiratórios e maiores de 18 anos. Foi realizado exame de espirometria e coletados dados socioeconômicos, de gênero e raça, risco nutricional, de fragilidade, exposição ao tabaco e seus derivados e sintomas respiratórios.

Resultados

Foram incluídos 144 indivíduos [61% mulheres, com 55(44-64) anos, IMC de 27,6(24,2-31,6) kg/m2, VEF1: 84,5±19%]. Daqueles que autodeclararam a raça, 68,5% se diziam brancos, 20% pardos e 11,5% negros. A escolaridade predominante foi o ensino médio (32% dos casos) e a maior proporção da renda familiar foi cerca de dois a quatro salários-mínimos (classe D IBGE), com 39% dos casos. Do total da amostra, 65,6% era tabagista ativo e 20% ex-tabagista, além disso, daqueles que nunca fumaram, 11% apresentava exposição passiva. A carga tabágica entre fumantes ativos e prévios foi de 35(22,5-54) anos-maço e, dentre aqueles que cessaram o tabagismo ou que tentaram parar de fumar previamente, o método mais utilizado foi o adesivo de nicotina, seguido da prescrição de cloridrato de bupropiona (26% e 24% dos casos, respectivamente). Em relação aos sintomas apresentados, 47% referiram tosse e dispneia, 44% expectoração, 36% chiado no peito, 31% tontura, 27% palpitações, 22% dor torácica e claudicação, 15% infecções de vias aéreas de repetição, 6% outros sintomas e 18% negaram quaisquer manifestações. Quanto aos diagnósticos, após avaliação médica, foram identificados os seguintes diagnósticos: DPOC (16%), Asma (12%) Câncer de pulmão (9%), PRISM (3%), Pré-DPOC (2%) e, em 8% dos casos, alterações espirométricas que necessitam de maiores investigações. Todos os pacientes com diagnóstico de doenças respiratórias foram encaminhados para maiores investigações e tratamento na unidade básica de saúde e/ou serviço especializado.

Conclusões

Observa-se alta prevalência de tabagismo e sintomas respiratórios como tosse, dispneia e chiado no peito em indivíduos predominantemente de classe social baixa. Além disso, foram identificados números elevados de diagnósticos de DPOC, asma e tabagismo ativo. A diversidade dos resultados destaca a complexidade das condições pulmonares, enfatizando a necessidade de intervenções de saúde abrangentes para um manejo eficaz e a manutenção da saúde desses indivíduos.

Área

Outros

Instituições

Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - São Paulo - Brasil, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

ROBSON APARECIDO PRUDENTE, BEATRIZ CHIAVEGATTI SAMPAIO CORRÊA, BRUNO BARIONI GUIMARÃES ARAÚJO, BRUNO FADEL BARBOSA LIMA, CARLOS TADEU BREDA NETO, ERICA NISHIDA HASIMOTO, ESTEFÂNIA APARECIDA THOMÉ FRANCO, FELIPE ROBERTO TRINCO DA SILVA , GABRIEL DE GODOY ARTIGA, GABRIEL FERREIRA RENÓ, IVANA TEIXEIRA DE AGUIAR, LARISSA FERRACINI MOLERO, LETICIA YUMI ISHIMOTO, LUIS FERNANDO PEREIRA BRIZOLA, LUIZ HENRIQUE SOARES MACHADO, MAERCIO SOUZA CICERO DOS SANTOS, MARIANA DE SOUZA DORNA, MARINA GAIATO MONTE, MATHEUS AUGUSTO CALLEGARI, VITOR PASCHOALETI NISHIYAMA, SUZANA ERICO TANNI