Dados do Trabalho


Título

PAPEL DA VIDEOTORACOSCOPIA NO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DE DERRAME PLEURAL EXSUDATIVO: ANALISE DE UMA SERIE TEMPORAL

Introdução

O número de casos de derrame pleural no Brasil pode chegar até 1 milhão de pessoas por ano. Cerca de 50% dos casos exsudativos são secundários a pneumonia. A tuberculose pleural também deve ser lembrada como causa importante de derrame pleural exsudativo. Outra causa é o derrame neoplásico.
O tratamento do derrame pleural exsudativo depende do seu diagnóstico e fase evolutiva, variando de conduta clínica até intervenção com cirurgia. Com a videotoracoscopia, o diagnóstico e tratamento destes derrames sofreu mudanças importantes, sendo hoje a principal forma de abordagem.

Objetivos

Avaliar o desfecho clínico e radiológico dos pacientes submetidos a videotoracoscopia por derrames pleurais exsudativos em um hospital terciário de Jundiaí – SP.

Métodos

Estudo retrospectivo de análise de prontuários envolvendo pacientes com derrame pleural exsudativo submetidos a videotoracoscopia no serviço de Cirurgia Torácica do Hospital São Vicente de Paulo em Jundiaí entre janeiro de 2015 a julho de 2020.
As variáveis analisadas incluíram: idade, sexo, tabagismo, comorbidades, tempo entre internação e a toracocentese ou drenagem, dias de internação prévios a cirurgia, tempo de internação em UTI, necessidade de conversão para toracotomia ou reabordagem, tempo de internação até alta. Foram avaliados o desfecho clínico (presença ou ausência de sintomas) e radiológico (radiografia com ou sem alterações) no primeiro retorno ambulatorial.

Resultados

Foram revisados os prontuários de 318 pacientes submetidos a videotoracoscopia. Desses, 27 pacientes foram excluídos por falta de informações no sistema e 291 prontuários foram avaliados sendo 202 do sexo masculino e 89 do sexo feminino. A média de idade foi de 51,26 anos, o tempo médio entre a internação hospitalar e a drenagem foi de 4,46 dias e o tempo médio entre internação e cirurgia foi de 8,63 dias.
O tempo entre a internação e a toracocentese/drenagem apresentou significância estatística quando (p<0,001) analisado o desfecho clínico (presença de sintomas na consulta de retorno 2 semanas após a alta). Para o desfecho clínico também teve influência a presença de encarceramento visualizado no intraoperatório (p= 0.002) e presença de hipertensão arterial sistêmica (p=0.001).
O aumento do tempo entre a internação e a videotoracoscopia apresentou relação com o pior desfecho radiológico (p<0,001). A presença de hipertensão arterial sistêmica (p=0.028) e a necessidade de conversão para cirurgia aberta (p=0,037)também implicou em alterações radiológicas. As demais variáveis não apresentaram significância estatística quando relacionadas aos desfechos clínico e radiológico.

Conclusões

A realização precoce da toracocentese, da drenagem torácica e da videotoracoscopia quando indicadas pode melhorar os resultados pós-operatórios em pacientes com derrames exsudativos. O pior desfecho clínico e radiológico pode estar relacionado com o retardo na realização destes procedimentos invasivos.

Área

Doenças Pleurais

Instituições

Faculdade de medicina de Jundiaí - São Paulo - Brasil, Hospital de caridade São vicente de Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

THIAGO GANGI BACHICHI, TIAGO DA SILVA SANTOS, EVALDO MARCHI, DAVI GANGI BACHICHI, THAMIRES CLAIR RODRIGEUS PEREIRA DA SILVA, THAMIRES FERNANDES PAZETTI, GABRIELA YAMADA KUCHARSKI