Dados do Trabalho

Título

EFEITO DO ESFORÇO FISICO NO EQUILIBRIO POSTURAL DE INDIVIDUOS COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA E APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: UM ESTUDO TRANSVERSAL

Introdução

Individuos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) possuem pior equilibrio postural, maior prevalência de apneia obstrutiva do sono (AOS) e pior capacidade física quando comparado a individuos saudáveis. Entretanto, não está claro o que ocorre com o equilibrio postural após o esforço em pessoas que tenham DPOC e AOS concomitantemente.

Objetivos

Avaliar os efeitos do esforço físico sobre o equilibrio postural em individuos com DPOC e AOS.

Métodos

Este é um estudo transversal e indivíduos com DPOC moderada a muito grave foram avaliados em duas visitas. Na primera visita, eles realizaram o exame de polissonografia (PSG) tipo I no hospital para avaliar a presença e a gravidade da AOS. A partir da PSG, os indivíduos foram classificados em: sem AOS (sAOS), AOS leve (AOSl) e AOS moderada ou grave (AOSmg), baseado no índice de apneia-hipopneia. Na segunda visita após uma semana, o equilibrio postural foi avaliado através de uma plataforma de força para análise do centro de pressão (CoP) em duas posições de apoio: ‘natural’ e ‘semi tandem’. Os indivíduos foram avaliados no repouso e depois realizaram esforço físico no teste do degrau incremental (intensidade de 4 a 7 avaliado pela escala de Borg modificada). Logo após, o CoP foi novamente avaliado pela plataforma de força. A oscilação total, área percorrida e sentidos mediolateral (ML) e anteropostrior (AP) do CoP dos grupos foram comparados entre si e antes e depois do esfoço pela Análise de Variância (ANOVA) de dois fatores com medidas repetidas, seguido pelo teste pos hoc de Tukey.

Resultados

Setenta individuos foram avaliados: trinta no grupo sAOS (64,8±7,1 anos, 50,0% masculino e VEF1 42,2±14,0% do predito), vinte e cinco no grupo AOSl (67,4±5,6 anos, 52,0% masculino e VEF1 43,6±13,3% do predito) e quinze no grupo AOSmg (71,3±7,1 anos, 73,3% masculino e VEF1 55,8±17,1% do predito). Na posição ‘natural’ e após esforço, foi observado aumento da oscilação total, área percorrida e oscilações MP e AP do CoP nos grupos sAOS e AOSl (p<0,05). Na posição ‘semi tandem’, o grupo AOSl também mostrou aumento da área percorrida e oscilação AP do CoP (p<0,05) após o esforço. Antes do esforço, não foram observadas diferenças do equilibrio postural entre os grupos e o grupo AOSmg não apresentou diferença do CoP após a realização de esforço físico em ambas posições sobre a plataforma de força.

Conclusões

Podemos concluir que individuos com DPOC sem AOS e com AOS leve apresentam alteração do equilibrio postural estático após a realização de esforço físico. Além disso, em indivíduos com DPOC moderada a muito grave, o equilíbrio postural não é diferente após o esforço físico.