Dados do Trabalho

Título

CONFIABILIDADE E PODER DISCRIMINATIVO DO QUESTIONARIO COPD IN LOW-AND MIDDLE-INCOME ASSESSMENT (COLA) COMO ESTRATEGIA DE RASTREIO PARA A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA NO BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES

Introdução

A DPOC é a 3ª principal causa de morte em todo o mundo. Estima-se que haja mais de 8 milhões de pessoas com DPOC no Brasil, porém o subdiagnóstico é um importante problema no país. Entidades mundiais preconizam o rastreamento de casos, diagnóstico precoce e otimização do tratamento da DPOC como uma das maneiras mais eficazes em reduzir a mortalidade. Neste sentido o questionário COLA (COPD in Low - Middle Income Countries (LMICs) Assessment) foi desenvolvido na língua inglesa e validado para países de baixa e média renda (PBMR), para a identificação de indivíduos em risco de DPOC sendo traduzido e adaptado para a população brasileira, porém ainda se faz necessário analisar propriedades da ferramenta em ambiente nacional.

Objetivos

Analisar a confiabilidade e poder discriminativo da versão em português do Brasil do questionário "COLA" na população brasileira.

Métodos

Estudo multicêntrico em que foram incluídos 43 pacientes, divididos em dois grupos: 1) n=29, participantes com história de exposição a poluentes inalatórios, sem diagnóstico de DPOC; 2) n=14 participantes com diagnóstico de DPOC confirmado por espirometria prévia. Foram realizadas: a prova de função pulmonar, pela espirometria; e duas aplicações do questionário COLA, com intervalo de 30 minutos entre elas (V1 e V2). O questionário aplicado é composto de três partes, com pontuação final de 0 a 10: 1) sete questões relacionadas aos sintomas respiratórios, exposição a fatores de risco e questões funcionais; 2) idade; 3) valor do pico de fluxo expiratório. Para a análise estatística, a validade de critério foi estabelecida pelo cálculo da sensibilidade, especificidade, área sob curva ROC, utilizando a espirometria para confirmação de presença ou ausência de DPOC. O Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) foi utilizado para avaliar a confiabilidade interobservador (V1 e V2). O erro de medida entre a V1 e a V2 foi avaliada por meio da disposição gráfica de Bland e Altman.

Resultados

A média de idade da amostra total foi de 63±10, com IMC médio em sobrepeso 26,03±5,85. Na análise de confiabilidade teste-reteste o ICC foi de 3,1 = 0,971 (95%IC 0,947; 0,984). O erro padrão da medida (SEM) foi de 0,36 e a diferença mínima detectável (MDC) foi de 0,99. Na análise de Bland-Altman os limites de concordância entre V1 e V2 foram os limits of agrément (LoA) sup=+0,88 e (LoA) inf=-1,16. Na análise da validade de critério do COLA, encontramos ASC =0.837 (95%IC 0,707; 0,968; p<0,001). Com o ponto de corte ≥5 encontramos uma sensibilidade 93% e especificidade de 55%; já com o ponto de corte em ≥6, encontramos uma sensibilidade 64% e especificidade de 83%.

Conclusões

Diante dos dados preliminares apresentados, o questionário COLA apresentou boa confiabilidade e apresenta um melhor valor discriminativo de pacientes com DPOC considerando um ponto de corte ≥6 no score.