Dados do Trabalho


Título

SERIA O BENRALIZUMABE UM BIOLOGICO COM RESPOSTA CLINICA E FUNCIONAL MAIS PRECOCE DEVIDO SEU MECANISMO DE AÇAO PARTICULAR?

Introdução

A asma é uma doença inflamatória heterogênea, em que cerca de 5% dos casos apresentam-se como graves, resultando em alta morbidade e mortalidade. O surgimento dos imunobiológicos revolucionou a terapêutica da doença e tornou-se uma realidade no longo prazo. Entretanto, ainda há incertezas quanto à resposta dessas drogas no curto prazo. O benralizumabe, um dos imunobiológicos disponíveis, tem um mecanismo de ação único que pode justificar uma resposta clínica rápida e eficaz.

Objetivos

Avaliar resposta clínica, funcional e inflamatória precoce do benralizumabe em um grupo de pacientes com asma grave eosinofílica não controlada.

Métodos

Trata-se de um estudo pragmático, unicêntrico, prospectivo, para avaliar a eficácia ao tratamento com benralizumabe em uma população brasileira de asma grave não controlada. Os pacientes foram avaliados antes do início do tratamento e após 2 e 16 semanas. O benralizumabe foi prescrito conforme bula aprovada no Brasil. Os desfechos de eficácia avaliados foram controle de sintomas pelo ACQ5, função pulmonar (espirometria e pletismografia) e marcadores inflamatórios (eosinófilo no sangue periférico e FeNO).

Resultados

Foram avaliados 18 pacientes, sendo 77,8% do sexo feminino, com idade média de 56,5±10,3 anos, com média basal de eosinófilos no sangue periférico de 760,9±546,6 cels/mm3. O tratamento com benralizumabe associou-se a uma melhora significativa dos sintomas relacionados à asma, caracterizada por uma redução média de 2,0 pontos no ACQ5 após duas semanas da primeira dose do fármaco e de 2,9 pontos no ACQ5 após 16 semanas (basal = 3,3±1,8 / após 2 semanas = 1,3±0,7 / após 16 semanas = 0,4±0,2). Todos os pacientes zeraram os níveis de eosinófilos no sangue periférico após 2 semanas de tratamento e 16 mantiveram com níveis zerados após 16 semanas. Os níveis de FeNO não sofreram mudanças significativas durante o tratamento. Quanto à função pulmonar, os pacientes apresentaram uma melhora de VEF1 pré broncodilatador que variou de 49,5±16,4% do predito no início do estudo para 56,5±20,2% após 2 semanas e 60,5±14,9% após 16 semanas de tratamento. Houve, ainda, uma redução significativa do VR/CPT, variando de 0,61±0,05 no início do estudo para 0,46±0,04 após 2 semanas do início de benralizumabe.

Conclusões

O tratamento com benralizumabe mostrou-se eficaz de forma precoce em diversos desfechos avaliados no estudo. Portanto, quando indicado de forma adequada, pacientes sob uso de benralizumabe devem apresentar uma melhora precoce em parâmetros clínicos, inflamatórios e funcionais relacionados ao mecanismo de bloqueio do receptor IL-5 e citotoxicidade mediada por células dependentes de anticorpo.

Área

Asma

Instituições

Hospital das Clínicas - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAELA PEREIRA AMATUZZI, GERSON DE ALMEIDA CORREIA SANTOS, SAMIA ZAHI RACHED, RENATO MIRANDA LIMA, REGINA MARIA DE CARVALHO PINTO, ALBERTO CUKIER, RODRIGO ABENSUR ATHANAZIO