Dados do Trabalho


Título

EFETIVIDADE DO TREINAMENTO AEROBIO NOS SINTOMAS ADVERSOS RELACIONADOS A QUIMIOTERAPIA DURANTE O TRATAMENTO: RESULTADOS PRELIMINARES DE UM ENSAIO CONTROLADO E ALEATORIZADO.

Introdução

Uma das estratégias para prevenir os efeitos adversos do tratamento oncológico com quimioterápicos é a realização de exercícios físicos, porém, os estudos têm sido realizados algumas semanas após a quimioterapia e em ambulatório. Não se sabe se o inicio precoce dos exercícios físicos pode trazer maiores benefícios.

Objetivos

Avaliar os efeitos de um treinamento aeróbio nos efeitos adversos relacionados à quimioterapia, força muscular, fadiga, mobilidade e autopercepção de saúde de pacientes adultos hospitalizados para ciclos de quimioterapia.

Métodos

Este ensaio controlado e aleatorizado (ReBEC RBR-6b4zwx3) incluiu, até o momento, 13 pacientes adultos com câncer e hospitalizados para realização de ciclo de quimioterapia, no Hospital do Servidor Público de São Paulo e na Unidade de Tratamento de Alta Complexidade em Oncologia do Amapá. Os pacientes com hemoglobina sérica >8g/dL e hematócrito >25% e plaquetas >30.000 mm5 foram avaliados quanto aos fatores psicossociais (Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar), força muscular (força de preensão palmar), fadiga (Inventário de Fadiga Breve), mobilidade (Escala de Mobilidade Intensiva), autopercepção de saúde (EuroQoL-5D-3L). Em seguida, os pacientes foram nos grupos intervenção (4 dias consecutivos de treino aeróbio em cicloergômetro por 40 minutos, em 40-60% da frequência cardíaca de reserva + cartilha com orientações para se manter ativo durante o período de hospitalização) e controle (apenas a cartilha). Ao final do último dia de intervenção os pacientes eram reavaliados de modo cego para força muscular, fadiga, mobilidade e autopercepção de saúde e efeitos adversos da quimioterapia (Memorial Symptom Assessment). Os resultados são preliminares e estão apresentados descritivamente, neste momento.

Resultados

13 pacientes finalizaram o protocolo, até o momento. No grupo controle (n=6), 100% era feminino (42±15 anos, 25±4Kg/m2), 50% tratava câncer de mama e 50% câncer digestório, e 50% reportou praticar atividade física regularmente. Uma paciente apresentou traço-depressão e 2 traço-ansiedade e traço-depressão. No grupo intervenção (n=7), 71% era feminino (49±16 anos, 25±1Kg/m2), 30% tratava câncer de mama, 30% digestório e 30% osteosarcoma. 60% reportou praticar atividade física regularmente. Nenhum paciente apresentou traço-depressão ou ansiedade. Após a intervenção, no grupo controle, 3 pacientes aumentaram a força e 1 manteve. Três pacientes diminuíram a fadiga e um melhorou a autopercepção de saúde. O efeito adverso da quimio mais reportado nesse grupo foi dor (50% dos casos). Já, no grupo intervenção, 5 pacientes aumentaram a força e 2 mantiveram. Dois diminuíram a fadiga e dois melhoraram a autopercepção de saúde. Os efeitos adversos mais reportados neste grupo foram: falta de apetite e perda de peso.

Conclusões

Nossos resultados preliminares apontam para benefícios físicos e clínicos de um treino aeróbio durante o tratamento quimioterapêutico de pacientes com câncer.

Área

Reabilitação e Fisioterapia respiratória

Instituições

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ - Amapá - Brasil

Autores

WILLIAM DE LIMA SELLES, CIBELLE REGINA LIMA DO CARMO, GIOVANNA MARQUES FRASCOLI DOS SANTOS, GIOVANNA DOS SANTOS LOPES, GIOVANNI MARINI MOURA, LETICIA JEREMIAS FERREIRA PEREIRA, DIEGO WISNIESKI DA SILVA, ELINALDO DA CONCEIÇÃO DOS SANTOS, FABIOLA DO SOCORRO SANTOS DE ARAUJO, EDUARDO AUGUSTO MARINHO DIAS, REBECKA BHENDA LACERDA DA ROCHA DA SILVA, HIAGO VINICIUS COSTA SILVA, JHESSICA CRHISTINA VEIGA NASCIMENTO, ADRIANA CLAUDIA LUNARDI