Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR E ALBUMINÚRIA EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Introdução

Dados epidemiológicos revelam que pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) têm risco 1,6 vezes maior de desenvolver Doença Renal Crônica (DRC) do que aqueles sem DPOC e associa-se a maior mortalidade, pois há interação da insuficiência respiratória na função renal. Isso é reflexo da hipóxia e da hipercapnia que levam à vasodilatação sistêmica, contrabalanceada pelo sistema nervoso simpático e pela secreção de hormônio antidiurético, causando hipotensão e hipoperfusão renal. Ademais, observa-se achado de microalbuminúria em pacientes com DPOC, porque há aumento da atividade do sistema de renina-angiotensina, exposta pela relação inversa VEF1 e CVF, levando à lesão microvascular que propicia a DRC em pacientes com DPOC

Objetivos

Avaliar a Taxa de Filtração Glomerular (TGF) e albuminúria em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica

Métodos

Estudo observacional transversal, desenvolvido no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), em Maceió, Alagoas, no período de 2020 a 2022. Amostragem incluiu pacientes do serviço de Pneumologia com confirmação de DPOC e maiores de 18 anos. Foram excluídos os indivíduos com DRC estágio 4 ou 5, transplantados renais e com câncer. Intervenção ocorreu via anamnese com questionário Medical Research Council modified (mMRC) e espirometria. Categorizou-se os pacientes conforme a classificação GOLD 2019 (A, B e C/D). Foi dosado a creatinina plasmática, no intuito de estimar a TFG, estimada pela fórmula do CKD-EPI, além da dosagem da creatinina e da albumina em amostra isolada de urina para definir presença de albuminúria. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, bem como cumpre as resoluções que estabelecem o princípio da bioética

Resultados

Analisaram-se 45 pacientes (sexo masculino 64,4%, idade média 69,11 ± 9,79, DM 15,5% e HAS 57,7%). DRC foi diagnosticada em 22 (48,8%) pacientes. Destes, 9 (40,9%) apresentaram redução da TFG, 19 (86,3%) aumento da albuminúria, enquanto 6 (27,2%) apresentaram albuminúria e TFG alteradas. Dentre os pacientes, 24 foram classificados como GOLD A, 9 no GOLD B e 12 no GOLD C/D. A TFG média no GOLD A, B e C/D foi, respectivamente, de 75,3 ± 13,74 ml/min/1,73 m2, 74,2 ± 17,27 ml/min/1,73 m2 e 75,7 ± 16,42 ml/min/1,73 m2 (p>0,05). A mediana da albuminúria no GOLD A, B e C/D foi, respectivamente, 12,27 mg/g (7,21-31,90), 47,83 mg/g (23,45-181,26) e 25,80 mg/g (18,23-64,30) (p>0,05)

Conclusões

Não houve diferença estatística significativa entre grupos pela TFG e albuminúria. A albuminúria foi maior nos grupos B e C/D. Não foi encontrado correlação entre VEF1 e TFG, assim como VEF1 e albuminúria. Evidenciou-se alta prevalência de pacientes com DRC entre os pacientes com DPOC. Apesar da albuminúria ter sido mais elevada nos grupos B e C/D. Frisa-se que albuminúria e cálculo de TFG deveriam fazer parte dos exames realizados em portadores de DPOC. Quanto às perspectivas, requer estudos robustos, amostra maiores para firmar análises mais amplas da relação DPOC e DRC

Área

DPOC

Instituições

Centro Universitário Tiradentes - Alagoas - Brasil

Autores

ARTUR BRUNO SILVA GOMES, DAVID BALBINO PASCOAL, TADEU PEIXOTO LOPES, PAULO OTÁVIO ALENCAR BARRENSE, RODRIGO PEIXOTO CAMPOS