Dados do Trabalho

Título

FATORES CLINICOS E LABORATORIAIS ASSOCIADOS AO TABAGISMO NA DOENÇA FALCIFORME

Introdução

O tabagismo está associado a uma maior morbidade em indivíduos com doença falciforme (DF). Estudos envolvendo crianças com DF expostas ao tabagismo passivo relatam maiores incidências de episódios de dor e síndrome torácica aguda. Os dados da população adulta são muito escassos.

Objetivos

Nosso objetivo foi avaliar o impacto do tabagismo nos achados clínicos e laboratoriais em uma grande coorte de DF.

Métodos

A coorte brasileira de DF do Estudo de Epidemiologia do Receptor e Avaliação do Doador (REDS-III) foi estabelecida em 6 cidades brasileiras para investigar resultados clínicos. Os participantes adultos foram entrevistados e questionados se já tinham fumado >100 cigarros em suas vidas. Participantes que responderam "sim" foram classificados como 'fumantes atuais'. Os dados clínicos e laboratoriais dos participantes 'fumantes atuais' e 'não fumantes' foram comparados.

Resultados

Dos 1.231 adultos inscritos com dados sobre tabagismo, 332 (27%) foram classificados como 'fumantes atuais' e 899 (73%) como 'não fumantes'. Sexo masculino, idade ≥ 40 anos, menor nível educacional e hemoglobina acima do 75º percentil estavam associados ao status de 'fumante atual'.

Conclusões

O tabagismo foi mais prevalente entre pacientes com DF de idade avançada, sexo masculino e baixo nível educacional, de acordo com a literatura internacional envolvendo diversos pacientes. Além disso, o tabagismo foi associado a níveis mais elevados de hemoglobina, possivelmente refletindo o estímulo da eritropoietina na medula óssea dos pacientes.