Dados do Trabalho
Título
MUCOSITE GRAVE RELACIONADA A TERAPIA INALATORIA COM ILOPROSTA NA HIPERTENSAO PULMONAR: RELATO DE CASO
Descrição do caso
Justificativa da relevância do caso relatado: As prostaciclinas destacam-se
como uma importante classe terapêutica no tratamento da hipertensão
pulmonar (HP). A iloprosta, um análogo sintético da prostaciclina, demonstrou
eficácia na redução de sintomas e desfechos negativos em pacientes
portadores de HP. Sua ação vasodilatadora seletiva na circulação pulmonar
promove efeitos duradouros, aumentando a tolerância ao exercício e a
qualidade de vida dos pacientes. Relatamos um caso de mucosite orofaríngea
grave relacionado ao uso inalatório de iloprosta.
Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 38 anos de idade, portadora de
hipertensão pulmonar, persistiu com escore de risco alto mesmo após 6 meses
de uso regular de sildenafila e ambrisentana nas doses preconizadas.
Encontrava-se em classe funcional III/IV, TC6M=370m, BNP=780 pg/ml, sendo
indicada adição de iloprosta inalatório. No terceiro dia após início da nova
terapia, a paciente referiu odinofagia, edema e cianose de lábios, hiperemia
intensa e placas enantematosas em cavidade oral. Houve melhora clínica após
nistatina oral e suspensão da medicação. Sete dias após introdução de
iloprosta, a paciente apresentou extensa mucosite oral com disfagia a sólidos.
Houve piora clínica progressiva mesmo em vigência de prednisona com
necessidade de interrupção da medicação suspeita. Culturas para piogênicos e
fungos foram negativas.
Discussão: A mucosite relacionada a iloprosta é um efeito adverso raro de
etiologia complexa e multifatorial. A atuação direta da iloprosta nos tecidos
pulmonares pode desencadear uma resposta inflamatória exacerbada ou de
hipersensibilidade, contribuindo para a lesão das células epiteliais da mucosa.
Além disso, a irritação local causada pela inalação repetida da iloprosta pode
amplificar a mucosite. A compreensão completa dessa etiologia requer
investigações aprofundadas sobre as vias inflamatórias e a interação direta
entre a iloprosta e as células epiteliais, a fim de orientar estratégias de
prevenção e manejo mais eficazes.
Suporte financeiro: Este relato não obteve suporte financeiro nem possui
conflitos de interesse.
Área
Doenças Vasculares Pulmonares
Instituições
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA - Bahia - Brasil
Autores
LARISSA REGO VOSS, VICTOR SILVA OLIVEIRA, YAN LUCAS CASTRO DE ALMEIDA, JOSE KLINGER DE OLIVEIRA CRUZ NETO, PEDRO FAGUNDES TAVARES, TAYS CRISTINA DA SILVA CERQUEIRA ALMEIDA, EDVAL GOMES DOS SANTOS JUNIOR, RICARDO GASSMANN FIGUEIREDO