Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇAO DA CAPACIDADE AO EXERCICIO, EXACERBAÇAO E QUEIXA DE LIMITAÇAO NAS ATIVIDADES DE VIDA DIARIA EM PACIENTES COM RASTREIO POSITIVO PARA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA: ESTUDO PILOTO

Introdução

Estima-se que haja mais de 8 milhões de pessoas com DPOC no Brasil, porém, destas pouco mais de 350 mil pessoas são diagnosticadas com a doença, o que muitas vezes acontece tardiamente, quando as complicações sistêmicas estão agravadas, com maior prejuízo na capacidade ao exercício físico e nas atividades de vida diária (AVD), tornando-se assim, o subdiagnóstico ou diagnóstico tardio, um importante problema no país. Neste contexto, instrumentos para rastreio da doença vêm sendo mundialmente utilizados. Adicionalmente, há escassez de conhecimento quanto associação do rastreio precoce e desfechos importantes de saúde como capacidade ao exercício, frequência da exacerbação e limitações das atividades de vida diária.

Objetivos

Caracterizar a capacidade ao exercício, limitação para realização de AVDs e frequência de exacerbação em pacientes com rastreio positivo para DPOC.

Métodos

Estudo transversal e observacional, com 32 indivíduos; idade entre 50 e 70 anos, tabagistas ou expostos a gases tóxicos. Como instrumento de avaliação foram aplicados o questionário COLA (COPD in Low-Middle Income Coutries -LMICs Assessment), para rastreio da doença, sendo considerado rastreio positivo a pontuação maior ou igual a 4; o desempenho no teste de 6 minutos TD6 (número de degraus), queixa de limitação nas atividades de vida diária pelo questionário COPD Assessment Test (CAT) no domínio AVD e questionamento sobre piora dos sintomas. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, CAAE 57825422.2.3001.0086. Análise estatística: Foram randomizados em dois grupos: COLA menor do que 4- grupo rastreio negativo (GRN, n=17) e COLA maior que 4- grupo rastreio positivo (GRP, n=15). Para comparação entre os grupos foi realizado o teste t de student (paramétricos) e Mann Withney (não paramétricos). Para analise de cluster, foi realizado o modelo hierárquico, seguida pela análise de cluster K-means.

Resultados

No que se refere aos dados antropométricos e demográficos, não houve diferença significativa entre os grupos GRN e GRP respectivamente, na idade, sendo, 67 [57;68] versus 61[54;70] anos (p= 0.4), gênero feminino sendo, 58% versus 66% (p= 0.4) e índice de massa corpórea sendo, 26 [25; 29] versus 27(21;29] kg/cm2 (p=0.9) e relação volume expiratório forçado sobre capacidade vital forçada (VEF1/CVF) 97% versus 98% (p= 0.4). Houve diferença significativa entre os grupos GRN e GRP respectivamente no domínio AVD do CAT, sendo, 2±1 versus 4±1 (p= 0.05); número de degraus, sendo, 114±35 versus 93±20 (p= 0.005) e frequência de exacerbação no último ano, sendo, 0 [0-0] versus 1 [0-2] (p= 0,03). Na análise de cluster, foi verificado que pacientes com rastreio positivo, apresentam menor número de degraus (93 versus 162 degraus, GRP versus GRN, p= 0.000), maior queixa nas limitações nas AVD(4 versus 1 pontos, GRP versus GRN, p= 0.001).

Conclusões

Pacientes com rastreio positivo para DPOC apresentam pior capacidade ao exercício, queixa de limitação nas atividades de vida diária e maior frequência de exacerbação pulmonar.

Área

Tabagismo

Instituições

UFSCAR - São Paulo - Brasil, Universidade Santo Amaro - São Paulo - Brasil

Autores

NATHALIA MARTON SANT’ANA , JENNIFER VIANNA MOTA , BEATRIZ RODRIGUES SILVA SANTOS, NAYARA CRISTINA ROMÃO CRUZ , ERIKA ZAVAGLIA KABBACH, NAIARA TAIS LEONARDI , NATHANY SOUZA SCHAFAUSER, FRANCISCO JOSÉ BARBOSA ZORRER FRANCO, DANIELA GONÇALVES OHARA , VALÉRIA AMORIM PIRES DI LORENZO, JOÃO VICTOR ROLIM, MARCELA MARIA CARVALHO DA SILVA ZORRER FRANCO, RENATA GONÇALVES MENDES