Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇAO DA HEMODINAMICA COM TOMOGRAFIA DE IMPEDANCIA ELETRICA EM TROCA DE MEDICAÇAO NA HIPERTENSAO ARTERIAL PULMONAR
Descrição do caso
A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma condição grave e com alta mortalidade, na ausência de tratamento adequado. O padrão ouro para avaliação hemodinâmica da HAP é o cateterismo cardíaco direito, podendo ser feito à beira leito pelo cateter de artéria pulmonar. Tal procedimento necessita de material específico e, por ser invasivo, pode elevar as chances de complicação, como infecção e arritmia, sendo fundamentais outras formas de avaliação que imponham menor risco aos pacientes. A tomografia por impedância elétrica (TIE) tem papel bem definido na avaliação da ventilação pulmonar à beira leito, auxiliando no manejo de doentes críticos, e pode ser uma ferramenta não invasiva útil na avaliação da perfusão pulmonar. Este relato de caso demonstra a mudança hemodinâmica, vista por TIE, em uma paciente com HAP antes e após a troca de sildenafil para riociguate em uma paciente com terapia tripla.
Paciente, 22 anos, HAP por doença veno-oclusiva, em tratamento com terapia tripla com iloprost, sildenafil e ambrisentana, mantendo alto risco. Foi optada pela da troca de medicação da via correspondente ao óxido nítrico, introduzindo o riociguate. Feita a passagem de cateter de artéria pulmonar com a seguinte hemodinâmica inicial: pressão de átrio direito de 15mmHg, pressão média de artéria pulmonar média de 60 mmHg, débito cardíaco (DC) de 2,2 L/min, índice cardíaco (IC) de 1,2L/min.m2 e resistência vascular pulmonar de 23,18 Woods units. Iniciada dobutamina 5mcg/kg/min, com melhora DC para 3,3 L/min e IC de 2,3 L/min.m2. Junto à avaliação hemodinâmica, foi feita a TIE com injeção de salina hipertônica, que demonstrava padrão circulatório central, pouca perfusão periférica e recirculação cardíaca. Introduzido o riociguate e, 72 horas após, mantendo a mesma dose de dobutamina, reavaliada a perfusão com TIE que revelou maior perfusão periférica e menor turbilhonamento de fluxo da soluçã, conforme as imagens podem demonstrar.
Devido ao risco de infecção associado a manutenção de cateter de artéria pulmonar, neste momento, este já havia sido retirado e não foi possível a avaliação hemodinâmica. A avaliação da pós-carga com evidência de melhora foi com a TIE que evidenciou o achado supracitado, enquanto a avaliação do VD foi com o ecocardiograma que não manteve uma disfunção importante após a troca da medicação.
Sabe-se que a manutenção de dispositivos invasivos,pode implicar em risco de complicações A TIE é um método minimante invasivo, disponível a beira leito e tem o potencial de auxiliar na avaliação da perfusão dos pacientes, já sendo utilizada inclusive para diagnóstico de evento tromboembólico agudo, sendo uma possível avaliação não-invasiva da pós-carga da circulação pulmonar. O presente relato tem relevância clínica por abordar dois conceitos novos, o uso da avaliação da TIE para auxílio no manejo hemodinâmico e por ser o primeiro trabalho que avalia a perfusão em paciente com ventilação espontânea. São necessários mais estudos.
Área
Doenças Vasculares Pulmonares
Instituições
Hospital Universitario Julio Muller - Mato Grosso - Brasil, INCOR - São Paulo - Brasil
Autores
MARINA DE LA CRUZ MOTA, CAIO JULIO CESAR OLIVEIRA, ROGERIO SOUZA, JOSE LEONIDAS ALVES, CARLOS VIANA POYARES JARDIM, YALLY PRISCILA PESSOA, RACHEL COELHO , AMANDA DOS SANTOS SCIORTINO, KAMILLA FLAUSINO MARANGONI, THAIS GREGOL FARIAS, MAURO ROBERTO TUCCI, EDUARDO LEITE VIEIRA COSTA, GLASIELE CRISTINA ALCALALA