Dados do Trabalho


Título

MESOTELIOMA PLEURAL MALIGNO. DIAGNOSTICO POR BIOPSIA COM COPE GUIADO POR ULTRASSONOGRAFIA

Descrição do caso

Introdução: Mesotelioma Pleural Maligno (MPM) é um tumor raro e agressivo da superfície pleural, relacionado a exposição à asbesto e com prognóstico reservado e incidências cada vez maiores. O diagnóstico da doença é um desafio, com rendimento diagnóstico pela biópsia pleural às cegas com Agulha de Cope em torno de 30%. O que torna as biópsias cirúrgicas o procedimento mais utilizado no diagnóstico.
Caso Clínico: Mulher, 66 anos, previamente hígida, escriturária em advocacia, sem história de exposição conhecida para asbesto, apresentou quadro de dispneia (mMRC 1), com murmúrio vesicular abolido nos 2/3 inferiores do hemitórax esquerdo e com macicez bilateral, maior à esquerda, sem outras alterações ao exame físico. Radiografia de tórax evidenciou um derrame pleural bilateral, maior à esquerda e o BNP menor que 100 pg/mL. Foi encaminhada ao ambulatório de doenças pleurais para prosseguir investigação. Ultrassonografia torácica realizada à beira-leito mostrou um derrame pleural de moderado a grande volume, com espessamento pleural à esquerda e diminuição da mobilidade diafragmática e um pequeno derrame à direita. Optou-se por realização de toracocentese diagnóstica à esquerda, seguida de biópsia pleural com agulha de Cope no local de maior espessamento pleural. Análise bioquímica e citológica do líquido pleural demonstrou um exsudato pelos critérios de Light, com pesquisa positiva para células neoplásicas. A histologia do fragmento pleural evidenciou uma neoplasia maligna epiteloide, com imunohistoquímica positiva para calretinina e CK5/6 e marcadores para adenocarcinoma negativos, com diagnóstico final de mesotelioma pleural maligno do tipo epitelioide.
Discussão: Mesotelioma Pleural Maligno é uma doença de alta morbimortalidade, de prognóstico reservado e que necessidade de um alta suspeição diagnóstica e necessidade de métodos cirúrgicos para o diagnóstico. A ressonância magnética tem uma boa acurácia e alguns estudos demonstraram a sua utilização no diagnóstico diferencial de lesões metastáticas pleurais com o mesotelioma pleural maligno. Entre os biomarcadores, apenas a mesotelina foi aprovada pelo Food and Drug Administration dos EUA, todavia o uso isolado como teste diagnóstico não é recomendado. Um estudo demonstrou que o método de biópsia pleural guiado por ultrassonografia conseguiu prover material diagnóstico suficiente em 87% dos pacientes. No nosso caso, fizemos o diagnóstico de mesotelioma pleural maligno do tipo epitelióide com método menos invasivo que VATS e reforçamos a importância da ultrassonografia na prática clínica do pneumologista.

Área

Doenças Pleurais

Instituições

USP - São Paulo - Brasil

Autores

HOMERO RODRIGUES DOS PASSOS, BEATRIZ VILACIAN ALMEIDA, PHILIPPE FIGUEIREDO BRAGA COLARES, LISETE RIBEIRO TEIXEIRA, ROBERTA KARLA BARBOSA DE SALES, ELLEN CAROLINE TOLEDO DO NASCIMENTO