Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇAO DA SENSAÇAO DE DISPNEIA, FUNÇAO PULMONAR E DESEMPENHO FISICO EM PACIENTES COM RASTREIO POSITIVO PARA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA: ESTUDO PILOTO

Introdução

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por anormalidades nas vias aéreas/ alveolares, que levam a obstrução persistente e progressiva ao fluxo aéreo. Seu principal fator de risco é o tabagismo, seguido por exposição à fumaça e poluição do ar. Os principais sintomas são dispneia, intolerância ao exercício e hiperinsuflação pulmonar, que pode levar a intolerância ao exercício e redução do nível de atividade física, contribuindo para a piora da qualidade de vida, e aumento da mortalidade. Porém, o diagnóstico da doença acontece muitas vezes tardiamente, em decorrência da restrição ao acesso do exame que é padrão ouro- prova de função pulmonar e pelo desconhecimento da população sobre a doença, que leva a demora para procurar o serviço de saúde.

Objetivos

Caracterizar a sensação de dispneia, função pulmonar e desempenho físico em indivíduos expostos a gases tóxicos, sem diagnóstico de doenças pulmonares, somente com rastreio positivo.

Métodos

Estudo transversal e observacional, com 32 indivíduos de 50 anos até 70 anos, tabagistas ou expostos a gases tóxicos, sendo excluídos quando apresentaram hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca, outras doenças pulmonares, sequelas pulmonares da Covid-19 ou contraindicação para realizar o teste de degrau de seis minutos. Como instrumento de avaliação foi aplicado o questionário COLA (COPD in Low-Middle Income Coutries -LMICs Assessment) para rastreio da doença, sendo considerado rastreio positivo pontuação maior ou igual a 4, desempenho físico (número de degraus) no Teste de Degrau de 6 minutos (TD6), sensação de dispneia, pela escala de dispneia modificada (mMRC), dados antropométricos, demográficos e prova de função pulmonar (espirometria). O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, CAAE 57825422.2.3001.0086. Análise estatística: Foi utilizada a análise cluster, sendo rotulada segundo COLA menor do que 4. Para determinar o número de cluster, foi adotado o modelo hierárquico, seguida pela análise de cluster K-means para agrupar os indivíduos.

Resultados

Nos pacientes com rastreio positivo(n=20), a idade foi de 61[54;70] anos, gênero feminino de 66% e índice de massa corpórea de 27 kg/cm2. Na análise de cluster, foi encontrado 3 grupos, sendo o cluster 1, os pacientes que subiram 70 degraus, 62% do predito da capacidade vital forçada (CVF), 42% do volume expiratório forçado (VEF1), pontuação 1 no mMRC, e relação VEF1/CVF de 76%, no cluster 2, os pacientes que subiram 86 degraus, 75% do predito CVF, 78% VEF1, pontuação 1 no mMRC, e relação VEF1/CVF de104%. No cluster 3, os pacientes que subiram 100 degraus, 89% da CVF, 89%, pontuação 1 no mMRC, e relação VEF1/CVF de 100%. Ao comparar os grupos, houve diferença significativa em todas as variáveis (p≤0,04), exceto o mMRC que se mostrou sintomático em todos os grupos.

Conclusões

Os pacientes com rastreio positivo para DPOC são sintomáticos e, quanto mais grave as variáveis espirométricas, pior o desempenho físico.

Área

DPOC

Instituições

UFSCAR - São Paulo - Brasil, UNIVERSIDADE SANTO AMARO - São Paulo - Brasil

Autores

JOÃO VICTOR ROLIM, FRANCISCO JOSÉ BARBOSA ZORRER FRANCO, JENNIFER VIANNA MOTA , NATHALIA MARTON SANT’ANA, BEATRIZ RODRIGUES SILVA SANTOS, DANIELA GONÇALVES OHARA , NAYARA CRISTINA ROMÃO CRUZ , ERIKA ZAVAGLIA KABBACH , NAIARA TAIS LEONARDI , NATHANY SOUZA SCHAFAUSER, VALÉRIA AMORIM PIRES DI LORENZO, MARCELA MARIA CARVALHO DA SILVA ZORRER FRANCO, RENATA GONÇALVES MENDES