Dados do Trabalho


Título

A COMPARAÇAO ENTRE INJURY SEVERITY SCORE (ISS) E NEW INJURY SEVERITY SCORE (NISS) NA PREDIÇAO DE MORTALIDADE DOS TRAUMAS TORACICOS ATENDIDOS EM HOSPITAL NO INTERIOR DE MINAS GERAIS.

Introdução

Há esforço científico para alcançar um sistema válido para medição da gravidade das lesões traumáticas, que definem o desfecho do evento. Injury Severity Score (ISS) possui limitações, pois lesões no mesmo local do corpo recebem uma pontuação, subestimando a gravidade. Para corrigi-las, o New Injury Severity Score (NISS) inclui no cálculo as três de maior importância, independentemente da região em que se encontram.

Objetivos

Estudo no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM) busca compreender o perfil clínico e epidemiológico de pacientes vítimas do trauma para, com esse contexto, comparar o ISS e NISS na predição de mortalidade.

Métodos

Estudo descritivo, observacional e retrospectivo, feito pela análise de prontuários de vítimas de trauma submetidos à toracotomia entre os anos de 2000 a 2019. Analisados: sexo, idade, horário do trauma, dia da semana, mecanismo, estruturas orgânicas afetadas, tempo de internação e óbitos. As lesões foram classificadas segundo o AIS-08, calculando a gravidade do trauma pelo ISS e NISS e dados tabulados usando “Excel for Windows”. No cálculo da sensibilidade, especificidade, Youden index J do ISS e NISS foi utilizada a curva Receiver Operator Characteristic (ROC) do software MedCalc versão 22.003, e nos testes estatísticos de correlação, SigmaPlot 14.0. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UFTM, pelo parecer 5.136.582.

Resultados

Analisados 101 pacientes, com idade média de 29,6 anos e 86,13% homens. O tempo de internação teve média de 10.9 dias. Do total, 28,7% morreram. Para as escalas ISS e NISS, foram usados pontos de corte: menor que 9 (leve), 9-15 (moderado), 16-24 (severo) e maior ou igual a 25 (profundo). Quanto maior a gravidade do trauma, maior a discrepância entre os valores encontrados pelas escalas. Ambas classificaram 8 pacientes como traumatismo leve, e, no profundo, 18 pacientes pelo ISS e 48 pelo NISS. Na comparação pela curva ROC, o ISS teve sensibilidade de 68,97%, especificidade de 80,56% e área sobre a curva 0,837. Acerca do NISS, 58,62%, 94,44% e 0,855, respectivamente, havendo significância estatística em ambas, com P<0,0001. O índice de Youden atingiu os melhores pontos de corte em 0,49 no ISS e 0,53 no NISS. Entre NISS e tempo de internação, o teste de Spearman obteve coeficiente de -0,264 e valor de P de 0,0077. A correlação entre a ocorrência de cirurgia nas primeiras 12 horas e a quantidade de óbitos pelo teste do qui-quadrado obteve coeficiente de 4,972, com P de 0,026.

Conclusões

O estudo demonstrou não haver discrepância entre o NISS e ISS para a predição de mortalidade, mas, quanto mais grave o trauma, maior a diferença na pontuação obtida. Estudos como este são importantes para disseminação desses escores e de suas aplicabilidades em diversos hospitais, contextos e regiões. Pode permitir que um maior número de profissionais conheçam a utilidade, resultados e limitações dessas escalas e, com isso, use-as e interprete-as de acordo com o contexto de cada paciente.

Área

Cirurgia Torácica

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARIANA FRANC GARCIA, RENATO TALES GOMES, EDUARDO CUNHA PUGLIESI, CAROLINA GHANNAM FERREIRA, JOAO PAULO VIEIRA SANTOS