Dados do Trabalho


Título

CORRELAÇÃO ENTRE A FUNÇÃO PULMONAR E A OCORRÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Introdução

O declínio da função pulmonar está relacionado com a presença de sinais e/ou sintomas em indivíduos com doenças cardiovasculares (DCV), bem como o aumento da taxa de mortalidade. Entretanto, a influência da função pulmonar na ocorrência de sinais e/ou sintomas durante sessões de um programa de reabilitação cardiovascular (PRCV) ainda é desconhecida.

Objetivos

Comparar a função pulmonar de participantes de um PRCV de acordo com a ocorrência de sinais e sintomas e correlacionar a ocorrência de sinais e sintomas com variáveis de função pulmonar.

Métodos

Foram avaliados 71 participantes de um PRCV, os quais foram agrupados de acordo com a ocorrência de sinais e sintomas, registrada em 36 sessões de atendimento, em dois grupos: G1: ≤5 sinais e/ou sintomas (n = 36; 18 homens; idade= 63,56±12,09 anos; IMC= 29,44±5,82kg/m²); G2: ≥ 6 sinais e/ou sintomas (n = 35; 22 homens; idade= 67,14±10,86 anos; IMC= 28,74±5,16kg/m²). A função pulmonar foi avaliada por meio da espirometria (MIR-Spirobank II – Mini Spirometer, Itália), realizada de acordo com as recomendações das Diretrizes para Teste de Função Pulmonar de Pereira 2002. Para comparação das médias entre os grupos foi realizado o Test T de Student ou teste de Mann-Whitney e a correlação foi analisada através dos testes de Spearman ou Pearson, ambos de acordo com a normalidade dos dados (Kolmogorov-Smirnov). O nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados

Foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos com maior e menor ocorrência de sinais e sintomas para as seguintes variáveis: porcentagem do predito da Capacidade Vital Forçada (CVF): (G1= 92,22±14,55; G2= 83,94±13,81; p=0,011) e porcentagem do predito do Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1): (G1= 100,14±20,96; G2= 89,80±23,90; p=0,004). Não houve diferença significativa entre os grupos para a porcentagem do predito da relação CVF/VEF1: (G1:= 102,31±5,49; G2= 98,91±9,90; p=0,129). Quanto às correlações, encontramos correlação negativa moderada entre a presença de sinais e sintomas e a CVF (r= -,372; p=0,001) e correlação negativa moderada entre a presença de sinais e sintomas e o VEF1 (r=-,337; p=0,004).

Conclusões

Participantes de um PRCV com maior ocorrência de sinais e/ou sintomas apresentaram menor CVF e VEF1, índices importantes para mensurar a função pulmonar, quando comparados a participantes com menor ocorrência de sinais e/ou sintomas. Ainda, a ocorrência de sinais e/ou sintomas apresentou correlação negativa moderada com a CVF e a VEF1, o que nos permite inferir que quanto maior a ocorrência de sinais e/ou sintomas, pior a função pulmonar desses participantes.

Área

Função Pulmonar

Instituições

UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

LAÍZA DELATORRE MARDEGAN BORGES, JÉSSICA MALEK DA SILVA, PAULA FERNANDA DA SILVA, LUIZ CARLOS MARQUES VANDERLEI