Dados do Trabalho
Título
INQUERITO SOBRE FATORES DE RISCO PARA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA NO ESTADO DE SAO PAULO
Introdução
DPOC resulta de complexa interação entre fatores genéticos, herdados e ambientais nocivos, interação essa que pode explicar sua heterogeneidade fenotípica. No Brasil, tabagismo persiste como principal fator de risco, porém estima-se que 25% destes portadores nunca tenham fumado. Pouco se conhece sobre a frequência e concomitância de exposição aos fatores de risco (FR) para dpoc. A identificação destes fatores permite a suspeição diagnóstica e implementação de estratégias de prevenção.
Objetivos
Investigar a presença e frequência de história prévia de exposição a fatores de risco para DPOC em uma população de pacientes atendidos em ambulatórios de referência para a doença no estado de São Paulo.
Métodos
Inquérito transversal e observacional em três amostras de conveniência de hospitais universitários por meio de entrevista sócio demográfica e utilização de questionário sistematizado e validado para identificação de fatores de risco para DPOC ( substâncias inaladas (tabagismo ativo e passivo, queima de biomassa, inalações ocupacionais); fatores que causam desvantagem no potencial de crescimento pulmonar (prematuridade, tabagismo na gestação, baixo peso ao nascer), antecedentes mórbidos (asma, infecções respiratórias graves na infância e tuberculose pulmonar) em pacientes portadores da doença segundo o critério GOLD. O projeto foi aprovado pelos comitês de ética das instituições.
Resultados
Dentre os 201 participantes, de maioria do sexo masculino (55%) e com idade 69±8 anos, 181 (90%) eram tabagistas e 20 (10%) eram não-tabagistas. 154 pacientes (76%) se expuseram a biomassa (≥ 7 anos e/ou ≥ 100 h-a) no intradomicilio, 113 (56%) exposição ocupacional ≥ 1 ano a pó (orgânico e inorgânico) ou fumaça (vapores, gases e fumos), 78 (38%) nasceram prematuros, 45 (22%) tabagismo materno no intraútero, 27 (15%) asma na infância, 27 (13%) nasceram com menos de 3 kg. Dentre os 20 não tabagistas , 59% feminino, biomassa foi o principal FR (85%). Permanecem tabagistas 26 (14%).
Conclusões
Embora o tabagismo permaneça como principal fator de risco, a frequência expressiva de outros FR - isoladamente ou em concomitância ao tabagismo - sugere que é preciso intensificar as estratégias para a identificação destes fatores . A concomitância de vários FR e sua relevância seguem desconhecidas, uma vez que não há investigação sistemática em pacientes com exposição ao tabaco. Conhecer a importância de outros fatores de risco para DPOC é crucial, uma vez que isso pode ter impacto significativo nas estratégias de prevenção e diagnóstico da doença
Área
DPOC
Instituições
HC FMUSP - Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil, HC FMUSP - São Paulo - São Paulo - Brasil, UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
PAULO ROBERTO TONIDANDEL, TELMA DE CÁSSIA DOS SANTOS NERY, TIEMI AKAISHI NAKASONE, DIOGO SCHIAVO GONCALVES , EDUARDO MELLO DE CAPITANI, ELCIO DOS SANTOS OLIVEIRA VIANNA , RAFAEL STELMACH , MONICA CORSO PEREIRA